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O futebol nem sempre é marcado por momentos de colaboração e parceria. Em alguns casos, como no mundo dos negócios, torcedores, fãs, atletas e clubes acabam discutindo entre si pelos mais diversos assuntos, seja a folha de pagamento, os resultados no campeonato ou, até mesmo, sobre a cor da chuteira de algum jogador. Entenda o caso das Eliminatórias da Copa do Mundo.

Atualmente, podemos citar o caso da torcida do Flamengo, que foi liberada para assistir os jogos do time Rubro-Negro no Rio de Janeiro como um bom exemplo dessa realidade a nível nacional.

Com o avanço da vacinação em diferentes estágios nos munícipios do país, a prefeitura da Cidade Maravilhosa decidiu permitir que a equipe conte com a presença de seus torcedores em jogos disputados no Maracanã, desde que cumpridas as regras da cidade, como o limite máximo de ocupação.

Apesar de bem recebida pelo torcedor flamenguista, a decisão não agradou aos outros clubes da Série A, que decidiram recorrer ao STJD para impedir o fato. As discussões também juntaram os representantes dos times para tratar sobre a data ideal de volta dos torcedores aos estádios.

Como dito antes, este é um caso nacional, mas existem também outros níveis de discussões, que causam repercussões fora do Brasil.

Nesses casos, dependendo do assunto, os envolvidos podem precisar de um terceiro elemento para conduzir as conversas, seja apaziguando ou definindo punições. No caso do Futebol, a maior autoridade responsável por gerir as crises é a Federação Internacional de Futebol (FIFA).

Recentemente, a Instituição Máxima do esporte teve que intervir em um caso envolvendo 3 entidades internacionais, a CBF a Liga Inglesa e a Liga Espanhola. A discussão se tratou da convocação de jogadores sul-americanos para disputar as partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo.

Mesmo acompanhando os jogos da Amarelinha, alguns fãs não sabem que a equipe do técnico Tite precisou passar por uma reformulação de última hora. Por isso, o Wanna preparou este texto para explicar direitinho como foi essa história.

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O que aconteceu

Muitas pessoas puderam acompanhar os jogos mais recentes das Eliminatórias da Copa do Mundo e apreciaram o futebol dos craques nacionais que entraram em campo para defender suas respectivas seleções. A competição, que irá definir quem vai para o Catar em 2022, no entanto, foi marcada por algumas discussões fora dos gramados.

Os torcedores devem ter visto o caso emblemático do jogo entre o Brasil e a Argentina, que foi suspenso devido a uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Porém, antes mesmo de jogar  contra os hermanos e até mesmo antes de jogar contra o Chile, no dia 2 de setembro, a Seleção Brasileira teve que lidar com alguns problemas extra-campo.

O técnico Tite fez sua primeira convocação para os jogos no dia de 13 de agosto. A equipe inicial seria composta pelos seguinte nomes:

Goleiros: Allison (Liverpool), Ederson (Manchester City) e Weverton (Palmeiras)

Zagueiros: Marquinhos (PSG), Thiago Silva (Chelsea), Éder Militão (Real Madrid) e Lucas Veríssimo (Benfica)

Laterais: Daniel Alves, Danilo (Juventus), Alex Sandro (Juventus) e Guilherme Arana (Atlético-MG).

Meias: Fred (Manchester United), Everton Ribeiro (Flamengo), Claudinho (Zenit), Fabinho (Liverpool), Casemiro (Real Madrid), Lucas Paquetá (Lyon) e Bruno Guimarães (Lyon).

Atacantes: Neymar Jr. (PSG), Gabriel Jesus (Manchester City), Matheus Cunha (Hertham Berlim), Gabriel Barbosa (Flamengo), Raphinha (Leeds), Roberto Firmino (Liverpool) e Richarlison (Everton).

No entanto, os planos do professor tiveram que ser alterados quando os representantes da Liga Inglesa (Premier League) e da Liga Espanhola (La Liga) anunciaram que não iriam liberar os jogadores das seleções que estão presentes nas “listas vermelhas” de seus países. Essa relação foi criada com base na situação dos países de maior risco no contexto da pandemia.

No caso da Premier, a decisão foi tomada com o suporte de todos os clubes do campeonato. A discussão teria envolvido o governo nacional e foi definida pensando não só na questão de saúde dos jogadores, mas também nas consequências das viagens para o calendário de jogos de seus respectivos times.

Os atletas teriam que ficar indisponíveis em algumas disputas, devido à quarentena à qual teriam que se submeter ao voltar aos países após os confrontos das Eliminatórias.

Com a decisão, Tite teve que reformular sua estratégia e convocou oito novos jogadores para preencher a vagas daqueles que atuam na Espanha e na Inglaterra.

Goleiros(s): Everson (Atlético-MG) e Santos (Athletico Paranaense)

Zagueiro(s): Miranda (São Paulo)

Meia(s): Edenílson (Internacional), Gerson (Olympique Marseille) e Matheus Nunes (Sporting/ POR)

Atacante(s): Hulk (Atlético-MG), Malcom (Zenit) e Vinícius Jr. (Real Madrid)

Repercussões

No final, o Brasil não teve tantos problemas com as mudanças repentinas em suas escalações. A equipe conquistou duas vitórias nos dois jogos que disputou. Porém, mesmo sem consequências em campo, como se era esperado, a atitude dos dois países, que afetou outras seleções da América do Sul, ganhou repercussões.

A FIFA, inicialmente, definiu que os clubes ingleses deveriam ser punidos, impedindo que pudessem escalar os jogadores que foram barrados nas convocações dos países sul-americanos por um período de 5 dias. A pena para os times que descumprissem essa decisão, seria uma derrota automática nas partidas em que os atletas atuassem.

Os jogos seriam válidos pela Premier League e pela Liga dos Campeões.

No entanto, o que seria um momento histórico para o futebol internacional parece ter virado apenas um esboço no papel. As instituições envolvidas no assunto, que representam tantos os países quanto os times ingleses, se reuniram no último dia 10 de outubro e concordaram em liberar os atletas para defenderem os seus clubes.

Em troca do ato de boa fé, os times teriam se comprometido a liberar os jogadores na próxima data de convocações, ainda em outubro deste ano.

Uma situação complicada, mas que, para o bem do futebol e dos fãs, foi resolvida na base da conversa.